GEOGRAFIA ECONÔMICA
GEOGRAFIA ECONÔMICA
A Geografia Econômica é o estudo da diversidade de
condições econômicas sobre a Terra. A economia de uma área geográfica pode ser
influenciada pelos fatores naturais como também pelos fatores sócio-políticos.
A Geologia e a Geomorfologia podem afetar na disponibilidade de recursos, o
custo e o modal de transporte e as decisões sobre o uso da terra; a
Climatologia pode influenciar a disponibilidade de recursos naturais
(particularmente os produtos agrícolas e florestais) e as condições de trabalho
e produtividade. As instituições político-sociais que são únicas para uma
região têm, também, impactos nas decisões sócio-politico-econômicas.
Os estudiosos desta área têm como foco os aspectos espaciais das
atividades econômicas em várias escalas. A distância de uma cidade como um
mercado com demanda para diversos produtos tem papel significativo nas decisões
econômicas das empresas, enquanto outros fatores como o acesso ao mar por
portos marítimos, ou a presença de matéria prima como petróleo afetam as
condições econômicas eaté geopolíticas dos países.
No mundo atual, a localização, distribuição e caráter das atividades
econômicas são muito influenciadas pela globalização. Os estados e suas
fronteiras representam papéis menos significativos, já que muitos países tendem
a eliminar os efeitos das divisões territoriais e estreitar acordos de
cooperação mútua com outros países em regiões adjacentes.
Blocos Econômicos Mundiais e Regionais
Com a globalização da economia mundial, surge uma tendência comercial
para a formação de grandes blocos econômicos. Estes são criados com a
finalidade de facilitar o comércio entre os países membros, adotando redução ou
isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para
problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os países constituintes de um
bloco econômico aumenta e gera crescimento econômico para os países. Geralmente
estes blocos são formados por países vizinhos ou países que possuam afinidades
culturais ou comerciais; os especialistas afirmam que um país que ficar de fora
de um bloco econômico viverá isolado do mundo comercial. Esta é a nova
tendência mundial, pois cada vez mais o comércio entre blocos econômicos
cresce.
Os acordos de integração econômica em todas as modalidades de integração
supranacional trazem uma série de consequências para as empresas e a população
dos países que integram estes blocos. Por isso, os países que integram esses
blocos (zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum ou união econômica
e monetária) adotam, logo de início, a redução das tarifas de importação de
várias mercadorias. Os consumidores podem se beneficiar dos produtos mais
baratos que entram no país. No entanto, muitos desses consumidores podem ser
prejudicados com o desemprego, em virtude da falência ou diminuição da produção
das empresas nas quais trabalhavam, pois muitas delas não conseguem concorrer
com os produtos mais baratos que vêm dos outros países com os quais são
mantidas alianças.
Ao longo da história, foram sendo criados diversos blocos econômicos em
diversas áreas do mundo, por variadas motivações econômicas e políticas.
União Europeia
Conhecido inicialmente como Comunidade Econômica Europeia (CEE), o bloco
econômico formado por 15 países da Europa Ocidental passa formalmente a ser
chamado de União Europeia (UE) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entra em
vigor. É o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB, com uma
população de 374 milhões de pessoas. Este bloco é formado pelos seguintes países:
Alemanha, França, Reino Unido, Irlanda, Holanda (Países Baixos), Bélgica,
Dinamarca, Itália, Espanha, Portugal, Luxemburgo, Grécia, Áustria, Finlândia e
Suécia. Em 2004, ocorreu o ingresso de mais países, tais como Letônia, Estônia,
Lituânia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Malta e
Chipre. Este bloco adotou uma moeda única que é o Euro, um sistema financeiro e
bancário comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da União
Europeia e, portanto, podem circular e estabelecer residência livremente pelos
países da União Européia.
Além de acordos econômicos e políticos, a União Europeia também possui
políticas trabalhistas, de defesa, de com bate ao crime e de imigração em
comum. A UE possui os seguintes órgãos: Comissão Europeia, Parlamento Europeu e
Conselho de Ministros.
NAFTA e ALCA
O NAFTA é um instrumento de integração entre a economia dos EUA, do
Canadá e do México. O primeiro passo para sua criação foi o tratado de livre
comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os
mexicanos aderem em 1992. Começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos
países membros vantagens no acesso aos mercados dos países. Estabeleceu o fim
das barreiras alfandegárias, regras comerciais em comum, proteção comercial,
padrões e leis financeiras. Não é uma zona livre de comércio, porém reduziu
tarifas de aproximadamente 20 mil produtos.
A ratificação do NAFTA, em 1993, vem para consolidar o intenso comércio
regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência
representada pela União Europeia. Entra em vigor em 1994, estabelecendo o prazo
de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três
países. Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada
pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994, que teve grande
repercussão na economia global.
Porém, os EUA como principal ator da NAFTA, idealiza a expansão de sua
área de atuação comercial com a criação da ALCA (Área de Livre Comércio das
Américas) com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34
países americanos (exceto Cuba). O prazo mínimo para a sua formação era de 7
anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do
mundo. Os EUA participam de vários blocos comerciais e registrou em 2000 um
déficit comercial de quase 480 bilhões de dólares. Precisando, portanto,
exportar mais para gerar saldo em sua balança comercial. Com uma área livre de
impostos de importação, os norte-americanos poderiam suprir as demais nações da
América com suas mercadorias.
A grande preocupação da comunidade latino-americana, que gera a maioria
das reclamações por parte dos críticos à formação do bloco, assim como a
preocupação por parte dos governos dos países que irão fazer parte da ALCA, diz
respeito às barreiras não-tarifárias (leis antidumping, cotas de importação e
normas sanitárias) que são aplicadas pelos EUA. Apesar da livre circulação de
mercadorias, essas barreiras continuariam a dificultar a entrada de produtos
provenientes da América Latina naquele mercado.
Mercosul
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um amplo projeto de integração
concebido por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Envolve
dimensões econômicas, políticas e sociais, o que se pode inferir da diversidade
de órgãos que o compõem, os quais cuidam de temas tão variados quanto
agricultura familiar ou cinema, por exemplo. No aspecto econômico, o Mercosul
assume, hoje, o caráter de União Aduaneira, mas seu fim último é constituir-se
em verdadeiro Mercado Comum, seguindo os objetivos estabelecidos no Tratado de
Assunção, por meio do qual o bloco foi fundado, em 1991.
A formação desse bloco proporcionou a livre circulação de bens, serviços
e produtos entre os Estados membros, através da redução e/ou eliminação das
taxas de exportação e importação. Além disso, também regulamenta o comércio com
as nações que não pertencem ao bloco, sendo estabelecidas normas através da TEC
(Tarifa Externa Comum). No entanto, um dos objetivos propostos pelo Tratado de Assunção
é que o bloco se torne um Mercado Comum, proporcionando, além dos aspectos já
citados, a livre circulação de capitais, serviços e pessoas, assim como ocorre
na União Europeia (UE), que é considerado o grupo mais dinâmico do planeta.
De acordo com o artigo 10 do Tratado de Assunção,
tratado constitutivo do bloco, o MERCOSUL implica “a livre circulação de
bens, serviços e fatores produtivos entre os países, através, entre outros, da
eliminação dos direitos alfandegários e restrições não-tarifárias à circulação
de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente; o
estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção de uma política
comercial comum em relação a terceiros Estados ou agrupamentos de Estados e a
coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e
internacionais; a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os
Estados Partes – de comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária,
cambial e de capitais, de serviços, alfandegária, de transportes e comunicações
e outras que se acordem, a fim de assegurar condições adequadas de concorrência
entre os Estados Partes; o compromisso dos Estados Partes de harmonizar suas
legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de
integração” (GeoMundo, 2011).
Os projetos do Mercosul não se limitam somente aos fatores econômicos,
englobando temas políticos, sociais e culturais. Exemplo disso foi a
assinatura, no dia 06 de dezembro de 2002, do Acordo sobre Residência para os
Estados do Mercosul, Bolívia e Chile, que concede o direito à “residência
temporária” de até dois anos em todos os países do bloco, podendo ser
solicitado o direito de residência permanente. No entanto, o cidadão deve
atender a critérios, como, por exemplo, ter certidão negativa de antecedentes
criminais.
CEI
A CEI é uma organização criada em 1991 que integra 12 das 15 repúblicas
que formavam a URSS. Ficam de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia,
Letônia e Lituânia. Sediada em Minsk, capital da Belarus, organiza-se em uma
confederação de Estados, preservando a soberania de cada um. Sua estrutura
abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estados, e outro pelos chefes
de Governo, que se encontram de três em três meses.
No ato de criação, a comunidade prevê a centralização das Forças Armadas
e o uso de uma moeda comum: o Rublo. Na prática, porém, as ex-repúblicas não
chegam a um consenso sobre integração político-econômica. Somente em 1997 todos
os membros, exceto a Geórgia, assinam um acordo para estabelecer uma união
alfandegária e dobrar o comércio interno até o ano de 2000.
Desde sua fundação, a CEI tem se caracterizado pelas disputas entre os
estados membros e o não cumprimento dos acordos escritos. Segundo os primeiros
acordos, as repúblicas tinham o direito de possuir suas próprias forças armadas
ou unidades de guarda nacional. As repúblicas adotavam o rublo russo como
unidade monetária comum e concordavam em relação aos direitos humanos, na
necessidade de preservar as culturas das diferentes etnias minoritárias e a
cooperação e coordenação de reformas que ajudassem a estabelecer economias de
livre mercado. No entanto, as diferenças étnicas e regionais, contidas durante
décadas pela autoridade central, ressurgiram na forma de guerras civis na Geórgia,
Moldávia, Tajikistão e na região do norte do Cáucaso da Rússia e como conflito
entre a Armênia e o Azerbaijão.
Pacto Andino
Bloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena - seu nome
oficial - com o objetivo de aumentar a integração comercial, política e
econômica entre os países- -membros (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). Em
1991, a Declaração de Caracas estabelece uma zona andina de livre comércio, que
começa a vigorar em janeiro de 1992. As tentativas de determinar uma tarifa
externa comum, no entanto, vêm fracassando. Apesar de o comércio na região ter
aumentado desde o acordo, os EUA continuam a ser o principal parceiro da
maioria dos signatários. Como reação ao movimento para a criação da Alca, o
Mercosul inicia uma aproximação estratégica com o bloco andino. As negociações,
porém, não evoluem, em virtude das barreiras tarifárias do grupo andino,
principalmente no setor agrícola.
Como alternativa, os países-membros continuam assinando acordos em
separado com os parceiros sul-americanos.
Em 1999, o bloco firma um acordo de tarifas preferenciais com o Brasil,
com prazo inicial de dois anos, que estabelece tratamento especial para uma
ampla variedade de produtos e em julho de 2000 assina um trato similar com a
Argentina. O Pacto Andino mantém conversações com o Mercosul com a finalidade
de estabelecer uma zona de livre comércio entre seus membros, desde 2002.
Tigres Asiáticos
Do grupo dos Tigres Asiáticos fazem parte Japão, China, Taiwan,
Cingapura, Hongkong e Coreia do Sul, tendo um PIB de 4,25 trilhões de dólares,
e um mercado consumidor de 1.295 bilhão de pessoas.
Na Bacia do Pacífico, quem predomina sobre os outros componentes é o
Japão com uma economia super competitiva que está enfrentando a União Europeia
e os EUA, destina volumosos investimentos aos Dragões Asiáticos - Coreia do
Sul, Taiwan, Cingapura e HongKong - que são os países que mais crescem
industrialmente naquela região e precisam de apoio financeiro que o Japão está
promovendo para a atuação de um mercado competitivo no cenário mundial da
economia.
E aos países de industrialização mais recente o Japão também está
colaborando para o desenvolvimento dos mesmos neste setor; países, que são os
seguintes: Indonésia, Tailândia e Malásia, além das zonas exportadoras do
litoral da China.
Os tigres têm indústrias e exportações concentradas em produtos têxteis
e eletrônicos, beneficiando-se da transferência de tecnologia obtida através de
investimentos estrangeiros associados a grupos nacionais. Os Estados Unidos e o
Japão são os principais parceiros econômicos e investidores. Com exceção de
Cingapura, as economias dos Tigres Asiáticos dispõem de mão de obra barata: as
organizações sindicais são incipientes e as legislações trabalhistas forçam a
submissão dos trabalhadores, forçando a classe operária a receber em torno de
USD 15,00 por mês como salário.
ASEAN e APEC
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surge em 1967, na
Tailândia, com o objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o
processo de desenvolvimento da região. Hoje, o bloco representa um mercado de
510 milhões de pessoas e um PIB de 725,3 bilhões de dólares. A eliminação das
barreiras econômicas e alfandegárias entrará em vigor no ano 2002. Tem como
membros a Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia, Brunei, Vietnã,
Mianmar, Laos, e Camboja. As relações comerciais entre os países integrantes da
ASEAN têm intensificado, consequência de acordos assinados. Em 1992, foi criada
uma zona de livre comércio, implantada gradativamente até 2008. Com isso,
ocorreu a redução e/ou eliminação das tarifas alfandegárias entre os membros do
bloco, fato que fortaleceu a produtividade e a competitividade entre as nações
da ASEAN.
A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) foi fundada em 1989
na Austrália, cujo principal objetivo é a criação de uma área de livre comércio
entre os países membros e Hong Kong. Os integrantes da Apec são: Austrália,
Brunei, Canadá, Chile, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México,
Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Tailândia
Vietnã e Estados Unidos, além de Taiwan e Hong Kong.
A Apec é o principal fórum que proporciona o crescimento econômico, a
cooperação, o comércio e o investimento na região Ásia-Pacífico. As decisões nesse
bloco são tomadas por consenso, a Apec não apresenta um tratado de obrigações
para os seus participantes. Um dos principais objetivos da Apec é a redução das
tarifas e outras barreiras comerciais em toda a região Ásia-Pacífico,
proporcionando eficientes economias nacionais e aumentando as exportações. Esse
fato ajuda no crescimento econômico, gera empregos e oferece maiores
oportunidades para o comércio internacional e a realização de novos
investimentos.
G-8 e G-20
O G-8 é formado pelos 8 países mais industrializados do mundo e tem como
objetivo coordenar a política econômica e monetária mundial. Em reunião
realizada em 1997, em Denver (EUA), a Federação Russa é admitida como
país-membro, mas não participa das discussões econômicas. O G-8 realiza três encontros
anuais, sendo o mais importante a reunião de chefes de governo e de Estado,
quando os dirigentes assinam um documento final que deve nortear as ações dos
países membros.
O grupo nasce em 1975 da iniciativa do então primeiroministro alemão
Helmut Schmidt e do presidente francês Valéry Giscard d’Estaign. Eles se
reuniram com líderes dos EUA, do Japão e da Grã-Bretanha para discutir a
situação da política econômica internacional. A partir dos anos 80, esses
países passaram a discutir, também, temas gerais, como drogas, democracia e
corrupção. Com a admissão da Itália e do Canadá, o grupo passou a ser chamado
de Grupo dos Sete. O presidente russo Boris Iéltsin participa como convidado
especial da reunião do G-7 desde 1992. A oficialização da entrada da Federação
Russa pelo então presidente dos EUA, Bill Clinton, é uma resposta ao fato de
Iéltsin ter aceitado o ingresso dos países da ex-URSS na OTAN.
Uma das principais críticas sobre o G-8 é a exclusão da China, a segunda
maior economia do mundo, não tendo mais uma representatividade do poder
econômico mundial, do mesmo modo empregado no período de sua criação. A falta
de representantes do hemisfério sul mantém muitas críticas, dizendo que o G8,
na verdade, só quer manter seu poder e influência sobre o mundo.
Com isso, foi criado o chamado “G8+5”, formado em 2005 na cidade
Gleneagles, quando Tony Blair, o Primeiro Ministro do Reino Unido na época, no
papel de anfitrião do encontro anual do G8, convidou os principais países
emergentes para participarem nas conversações. A esperança era que a soma de
esforços formaria um grupo mais forte e representativo, que poderia injetar um
novo ânimo nas negociações das Rodadas de Doha e que permitiria uma maior
cooperação na questão da mudança climática.
O G20 (Grupo dos 20) é um grupo constituído por ministros da economia e
por presidentes de bancos centrais dos 19 países de economias mais
desenvolvidas do mundo, mais a União Europeia. Criado em 1999, no contexto de
várias crises econômicas da década de 1990, o G20 é uma espécie de fórum de
cooperação e consulta sobre assuntos financeiros internacionais. O principal
objetivo é o favorecimento na negociação internacional, integrando o princípio
de um diálogo ampliado, levando em conta o peso econômico crescente de alguns
países, que, juntos, representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio mundial
(incluindo o comércio da UE) e dois terços da população mundial. O peso
econômico e a representatividade do G-20 lhe conferiram uma importantíssima
influência sobre a gestão do sistema financeiro e da economia global.
Além disso, o G-20 estuda, analisa e promove a discussão entre os países
mais ricos e os emergentes sobre questões políticas relacionadas com a promoção
da estabilidade financeira internacional e encaminha as questões que estão além
das responsabilidades individuais de qualquer organização.
E, com o crescimento da importância do G-20 e diante das crises que se
alastram por diversos países do mundo, os líderes participantes anunciaram, em
25 de setembro de 2009, que o G-20 seria o novo conselho internacional
permanente de cooperação econômica.
BRICS
A idéia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs,
Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic
BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros,
empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um
agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil,
Rússia, Índia e China.
Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte
do agrupamento, que adotou a sigla BRICS. O peso econômico dos BRICS é
certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países
representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o
PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia. Para dar uma
ideia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9%
do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB
conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11
trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder
de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.
Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a
articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que
individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em
conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres
dos quatro países organizada à margem da 61a. Assembleia Geral das Nações
Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este foi o primeiro passo para que Brasil,
Rússia, Índia e China começassem a trabalhar coletivamente.
Pode-se dizer, então, que em paralelo ao conceito “BRICs” passou a
existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em 2011,
após o ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se o BRICS (com “s”
maiúsculo ao final).
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento
constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a
financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o
mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um
grau de institucionalização que vai se definindo, à medida que os cinco países
intensificam sua interação (Ministério das Relações Exteriores, 2011).
GLOSSÁRIO:
Rodada Doha – série de negociações em prol da liberalização do
comércio mundial. A mesma foi criada em 2001, durante a 4a Conferência
Ministerial da OMC, em Doha (Qatar), cidade que lhe rendeu o nome. De fato,
tais negociações, feitas entre as maiores potências comerciais do mundo,
envolvem inúmeras questões e interesses de cada um, se apresentando como algo
bastante complexo.
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